Da folha à estratégia: o elo entre custo de pessoal e resultado financeiro

Introdução

Nos últimos anos, a discussão sobre o papel do RH evoluiu. Deixou de ser apenas um centro de custo e passou a ser vista como área capaz de influenciar diretamente a performance financeira. Essa transição tem um ponto de partida claro: a compreensão profunda do custo de pessoal.

Pessoas como investimento, não despesa

Um estudo da Gallup, citado no relatório ROI-Driven HR (2025), revelou que empresas com alto engajamento superam concorrentes em até 147% de lucratividade por ação. O dado confirma algo que já se intuía: o retorno sobre o investimento em pessoas é tangível — e mensurável.

O problema é que a maioria das organizações ainda não conecta essas variáveis. O orçamento de pessoal é planejado, mas raramente correlacionado a indicadores de produtividade, eficiência operacional ou margem.

A fronteira entre gestão financeira e gestão humana

Quando o custo de pessoal é analisado sob uma ótica financeira, surgem perguntas mais sofisticadas:

  • Qual é o retorno do investimento em lideranças?
  • Quais áreas geram mais valor por real investido em remuneração?
  • O crescimento do custo acompanha o crescimento da receita?

Essas correlações ajudam a perceber que o gasto com pessoas não é fixo nem inevitável — ele responde a decisões estratégicas sobre estrutura, cultura e eficiência.

A nova contabilidade do intangível

Ao mesmo tempo, medir valor humano exige cautela. Pessoas não são ativos no balanço, mas a ausência delas tem custo real. A saída é unir a precisão da contabilidade à sensibilidade da gestão de talentos.

As empresas que conseguem traduzir a folha em indicadores financeiros consistentes, como custo por colaborador ativo, margem operacional ajustada por equipe e eficiência por área ganham uma visão integrada de seu negócio.

Por onde começar

  1. Conecte o RH e o Financeiro. Comece criando uma rotina conjunta de leitura dos dados da folha, analisando tendências e variações mensais.
  1. Defina um indicador simples. Por exemplo, o “custo de pessoal sobre receita líquida” e monitore-o ao longo do tempo.
  1. Discuta causas, não apenas números. A análise de custos só faz sentido quando revela decisões de gestão: estrutura, sobrecarga, produtividade e clima.

Conclusão

A fronteira entre RH e Finanças está desaparecendo. No futuro, o diálogo entre ambas as áreas será menos sobre quanto custa manter pessoas e mais sobre quanto valor elas geram. E a resposta, quase sempre, estará escondida nos dados que a folha já carrega.

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